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Trabalhadoras domésticas celebram 30 anos de organização e luta por direitos

Domésticas realizam seminário aberto ao público para analisar a conjuntura e olhar os desafios para a luta. O momento é de confraternização pelos 30 anos do Sindicato em Pernambuco e também de organização. Além do seminário, elas promovem um encontro com mais de 50 mulheres de diversas regiões.

As domésticas formam a única categoria que não tiveram todos os direitos trabalhistas equiparado ao dos demais trabalhadores e trabalhadoras até a Constituição Brasileira de 1988. Apenas em 2013 foram equiparadas parcialmente às demais categorias e, em 2015, com a Lei complementar 150, avançaram em alguns direitos como FGTS e seguro-desemprego. Mesmo após 130 anos de abolida a escravidão, restam ainda um rol de outros direitos a serem reconhecidos. E é com o objetivo de garantir mais avanços e melhor condição de vida e de trabalho à categoria, que as trabalhadoras domésticas se organizam, lutam e, na sexta 19, celebram um grande marco histórico: os 30 anos da fundação do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Pernambuco, uma organização de referência para a luta das trabalhadoras domésticas no país.

A noite de sexta (19) foi aberta ao público e contará com uma acolhida musical para comemorar esses 30 anos de resistência e permanente luta, resgatando momentos históricos de forte atuação frente a conjunturas ainda mais difíceis que a atual. A mesa contou com a contribuição da presidente da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) e uma das dirigentes do Sindicato das Domésticas de Pernambuco, Luiza Batista. Uma das convidadas para provocar o debate foi a socióloga, pesquisadora do trabalho doméstico e ativista feminista, Maria Betânia Ávila do SOS Corpo. A partir das 18 horas elas acolhem imprensa, convidados/as, companheiras de trabalho e militância e o público em geral.

Durante o sábado e o domingo elas se reuniram entre si, num encontro promovido por e para as trabalhadoras domésticas, que acolheu mais de 50 mulheres convidadas de outras regiões do país, como Maranhão, Bahia, Sergipe, Paraíba, São Paulo e outros. Organizações parceiras também estiveram presentes para dialogar sobre a importância da organização das trabalhadoras domésticas nas lutas tanto por direitos da categoria, mas também para a instauração de uma democracia real.