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Nota de repúdio e solidariedade: Ataque inverídico e machista à jornalista Patrícia Campos Mello é uma violência à liberdade de imprensa, às mulheres e à democracia

Organizações de mulheres e de defesa da liberdade de expressão e imprensa e dos direitos humanos reforçam apoio à jornalista Patrícia Campos Mello e exigem resposta do Congresso Federal perante o ataque discriminatório realizado em um espaço institucional da Casa – exatamente em uma CPMI instaurada para apurar notícias falsas usadas com fins eleitorais

As organizações abaixo assinadas se somam aos diversos setores da sociedade que repudiam veementemente o ataque realizado à jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, e manifestam apoio à profissional.

Nesta terça-feira (11/02), o país acompanhou com perplexidade um depoimento de ex-funcionário de uma empresa de disparos de mensagens de WhatsApp, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as “Fake News”, notícias falsas e campanhas de desinformação usadas com fins eleitorais. Ao depor, o ex-funcionário mobilizou ataques machistas e inverídicos contra a repórter para alterar seu depoimento anterior feito ao jornal Folha de S.Paulo. Mais grave ainda é que parlamentares, como o deputado Eduardo Bolsonaro, tenham feito eco às afirmações discriminatórias dentro do espaço institucional do Congresso Nacional. Essas afirmações não só violam os direitos individuais da jornalista, mas atacam a liberdade de imprensa e o direito de mulheres exercerem sua profissão em um ambiente seguro e livre de discriminações.

Reforçamos que o Congresso Nacional – ou qualquer poder e representante público – não pode ser conivente com ações que buscam silenciar a imprensa e que recorrem sistematicamente a estereótipos discriminatórios de gênero para atacar mulheres jornalistas, cujo desempenho profissional tem sido essencial para o país neste momento crítico da nossa história. O Congresso Nacional é também responsável perante a comunidade internacional pelos tratados de direitos humanos que ratificou e que proíbem qualquer forma de discriminação.

Nesse sentido, além de chamar atenção para a gravidade do episódio, manifestamos todo nosso apoio e solidariedade à jornalista Patrícia Campos Mello e reforçamos que a sequência de ataques destinados a ela só reforça a importância do seu trabalho. Exigimos, portanto, a imediata apuração do ocorrido e a devida responsabilização dos envolvidos.

Lembramos que os Estados têm a obrigação de prevenir, proteger e processar ataques contra jornalistas e defensores dos direitos humanos e também que essa obrigação inclui a garantia de um ambiente seguro, em todos os espaços, para mulheres comunicadoras e a desconstrução de estereótipos discriminatórios que perpetuam a violência contra as mulheres nos mais diversos ambientes, incluindo o profissional e o institucional. Seja por ação direta ou omissão, a naturalização desses ataques coloca comunicadores em risco, deteriora o ambiente para o exercício da profissão e prejudica a circulação de diferentes informações e opiniões e a capacidade da mídia de exercer seu papel fiscalizador do poder público.

ASSINAM ESTA NOTA DE REPÚDIO E SOLIDARIEDADE:

Ação Educativa

Agora É Que São Elas

ARTIGO 19

Associação Mulheres pela Paz

AzMina

Católicas pelo Direito de Decidir

Cepia – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação

Cfemea – Centro Feminista de Estudos e Assessoria

CLADEM/Brasil – Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher

Coletivo Feminino Plural

Conectas Direitos Humanos

Consórcio Lei Maria da Penha pelo Enfrentamento a Todas as Formas de Violência de Gênero contra as Mulheres

Criola

Evangélicas Pela Igualdade de Gênero

Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Geledés – Instituto da Mulher Negra

Gênero e Número

Human Rights Watch Brasil

Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos

Instituto Rede Mulher Empreendedora

Instituto Vladimir Herzog

InternetLab – Pesquisa em Direito e Tecnologia

Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Jornalistas Contra o Assédio

Marcha Mundial das Mulheres

MMNSP – Marcha de Mulheres Negras de São Paulo

Movimento de Mulheres Camponesas – MMC Brasil

Nós, Mulheres da Periferia

Redeh – Rede de Desenvolvimento Humano

Rede Médica pelo Direito de Decidir

Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos

Repórteres Sem Fronteira

SOF – Sempreviva Organização Feminista

SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia

Themis – Gênero, Justiça e Direitos Humanos

Think Olga

UBM – União Brasileira de Mulheres

União de Mulheres de São Paulo

Atenção: Organizações de mulheres e de defesa da liberdade de expressão e imprensa e dos direitos humanos que queiram aderir devem mandar mensagem para contato@patriciagalvao.org.br ou comunicacao@artigo19.org.