Boca a BocaNoticias

Congresso das Trabalhadoras Domésticas discute pandemia e trabalho análogo à escravidão

De 12 a 15 de agosto aconteceu o XII Congresso Nacional das Trabalhadoras Domésticas. Realizado de maneira virtual, o congresso teve como tema “Trabalhadoras Domésticas em Movimento-Luta e Resistência em Contexto de Pandemia e Trabalho Escravo”.

Fonte: FENATRAD

O XII Congresso Nacional das Trabalhadoras Domésticas ocorreu de quinta (12) a domingo (15) e teve como tema “Trabalhadoras Domésticas em Movimento-Luta e Resistência em Contexto de Pandemia e Trabalho Escravo”.

A entidade, que é filiada à Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (CONTRACS) e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), realizou, pela primeira vez na sua história, o Congresso de forma virtual, devido à pandemia da Covid-19. A logística virtual tem o apoio da CUT. O evento é uma realização também do Conselho Nacional dos Trabalhadores Domésticos (CNTD) e teve apoio de diversas entidades, organizações e financiadores.

Para Creuza Oliveira, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos da Bahia (Sindoméstico/Ba), o Congresso superou as expectativas. “Nós estávamos muito preocupados com a realização do evento online, pois era a nossa primeira experiência. Tivemos que mobilizar todos os sindicatos filiados à FENATRAD para uma estrutura tecnológica. Mas superamos a expectativa. Foi muito bonito o Congresso”, frisou.

A Mesa de abertura contou com a presidenta da entidade, Luiza Batista, e representantes da CUT, CONTRACS, FITH, CONLACTRAHO. “A nossa luta não tem sido fácil. Desde 2020, o mundo está enfrentando uma pandemia e a nossa categoria tem sido muito afetada na saúde, com perda de vidas, e também de empregos”, frisou a presidenta da FENATRAD no momento das boas-vindas. “Dentro deste contexto, estamos realizando o nosso Congresso, para nortear os nossos trabalhos de luta pela ampliação dos direitos da categoria”, acrescentou.

O Congresso é sempre o momento para construção da agenda conjunta de lutas dos Sindicatos. Elas se organizaram em Grupos de Trabalho para discutir questões relativas à categoria das trabalhadoras domésticas. Foram debatidos os temas: saúde da trabalhadora doméstica; violência e assédio; direitos trabalhistas e políticas públicas e trabalho análogo à escravidão.

Lutas conjuntas

Ao final, ficaram definidas três preocupações centrais: fortalecer a organização, com formação, mobilização e construção de parceria; buscar o bem-estar e cuidado com as trabalhadoras domésticas através da criação de redes de solidariedade, busca por apoio humanitário e realização de campanhas; e reivindicação de políticas públicas, como creche, saúde, previdência, renda básica, enfrentamento a violência. Sabendo, ademais, da importância da superação da política neoliberal para a conquista de quaisquer dos pontos definidos como prioritários na agenda de lutas, os sindicatos e trabalhadoras ressaltaram a importância do envolvimento nos protestos, na campanha e na luta política para derrubada do governo Bolsonaro-Mourão.

Eleição da nova diretoria

A Chapa Única, batizada de Lenira Maria de Carvalho, foi eleita por unanimidade. “São mais quatro anos de desafios, lutas e resistências, contando sempre com todas as parcerias. A luta não pode parar”, disse Luiza Batista, a coordenadora-geral da FENATRAD e presidenta do CNTD. A diretora Cleide Pinto afirmou que o Congresso foi um desafio que deu certo. “Foram quatro dias de sucesso, muito trabalho, mas muita gratificação, pois conseguimos alcançar o nosso objetivo e retiramos dali muita demanda para esses quatro anos de mandato. Agradeço a todos que ajudaram a fazer esse sonho se realizar e fazer o nosso congresso o sucesso que foi. Obrigada a todos os nossos parceiros”, disse.