SOS Corpo realiza o segundo ciclo de debates sobre feminismo e a questão democrática, abordando a resistência frente aos processos de desestruturação política e social no Brasil.
O primeiro ciclo de debates sobre Feminismo e a questão democrática não podia ter acontecido em uma ocasião mais adequada para alimentar a resistência: foi no dia em que foi determinada a prisão do ex-presidente Lula. Apesar da chuva intensa, o auditório do Centro Cultural Feminista do SOS Corpo com capacidade para 50 pessoas não foi suficiente para abrigar todas/os as/os militantes que chegaram para a conversa que estava intitulada: O golpe de 2016 e o futuro da Democracia no Brasil.
Desde então enfrentamos, no Brasil, retrocessos políticos e também retrocessos sociais. Segundo Betânia Ávila, “os interesses espúrios de uma classe dominante nacional encontram neste contexto neoliberal um ambiente propício para os processos de exploração e dominação que geram desigualdade e violência”. E o aprofundamento deste projeto neoliberal na América Latina, que é parte desta etapa da acumulação capitalista global, implica um processo político cada vez mais autoritário e, portanto, cada vez mais em contradição com a condição de democracia política, mesmo dentro dos limites da democracia liberal.
Para este segundo ciclo realizamos um seminário de dois dias para refletirmos juntas/os sobre os desafios da democracia neste momento do país e do mundo, a partir de uma perspectiva feminista antissistêmica, tendo como convidadas/os representantes da Rede de Mulheres de Terreiro, Quilombo Rio dos Macacos, Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), grupo de batalha de poesia Slam das Minas, Sindicato dos Bancários, Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socio-Econômicos), a Universidade Federal de Pernambuco e a primeira transsexual a se formar em advocacia em Pernambuco. Os debates aconteceram entre os dias 23 e 24 e foram transmitidos online pelo SOS Corpo.