Programação do #JulhodasPretas acontece em diversas cidades para combater o racismo, celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha, conhecido no Brasil como Dia de Tereza de Benguela.
As mulheres negras (organizadas em Redes, organizações e movimentos autônomos) realizam em diversas cidades do país o #JulhodasPretas: Uma programação em comum com objetivo de combater o preconceito, construir alianças e agendas coletivas. O Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha é celebrado no dia 25 de julho e, no Brasil, homenageamos Tereza de Benguela, mulher negra que liderou um dos quilombos, no século XVII, no Centro-Oeste do país.
Em Pernambuco, a Rede de Mulheres Negras PE além de realizar o #JulhodasPretas, também lidera a organização das plenárias estaduais rumo ao Encontro Nacional, que já conta com mais de 20 coletivos e organizações. A programação do Julho conta com plenárias, debates, rodas de conversas, mini-cursos, seminários. Elas estão fazendo rodas para fortalecimento das falas pública das mulheres negras e identidade negras, em parceria com coletivos que estão nas comunidades e periferias urbanas, como o Espaço Mulher, em Passarinho, e o Centro Cultural Cambinda Estrela, em Campina do Barreto. O tema do racismo que permeia as políticas de segurança pública também está na pauta do coletivo que promoveu um debate junto com o Fórum de Segurança pública nos dias 12 e 13. As altas taxas de mortalidade materna, assim como a predominância de mortes de mulheres negras também será discutida num debate público sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos no dia 20.
Encontro Nacional
As mulheres negras organizam para dezembro deste ano um encontro nacional histórico para marcar o primeiro Encontro Nacional de Mulheres Negras que aconteceu no Rio de Janeiro há 30 anos, setembro de 1988. A ideia para a produção desse encontro aconteceu no Fórum Permanente de Mulheres Negras, no Fórum Social Mundial, em agosto deste ano. A primeira reunião nacional preparatória para o Encontro aconteceu na Conaq (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas) em maio em Brasília e reconheceu o momento como de construção de uma fala uníssona com a qual almeja-se potencializar as necessidades de sanar as adversidades de cada uma, seja em searas de embate a violências urbanas, garantias de direitos sexuais e reprodutivos, embate ao epistemicídio acadêmico, seja para processos de construção de parcerias e redes de fortalecimento. Cada estado está organizando Encontros Estaduais e organizando caravanas para participação no “Encontro Nacional de Mulheres Negras 30 Anos: contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil”.
Com informações de: Memória da Reunião Preparatória ao Encontro Nacional de Mulheres Negras, Blogueiras Negras, Rede de Mulheres Negras de Pernambuco.