A discussão da Assembleia intitulada “Os nomes do feminismo” foi aberta pela brasileira militante da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB) Betânia Ávila demarcando o feminismo como um movimento em movimento permanente, cujas divergências internas não se dão apenas a partir das diversidades mas também das desigualdades entre mulheres. Um movimento no qual não há um centro de decisão, mas que depende de articulação de seus vários segmentos para construir ações comuns de confronto com as contradições que o cercam e no seu interior.
O debate aberto na roda levou por caminhos de intercâmbio entre os diferentes coletivos e desde as várias lutas do feminismo. Questões como mulheres com discapacidades e a sua busca por autonomia, profissionais do sexo e suas lutas por direitos trabalhistas, indígenas Quechua que lutam contra o capitalismo extrativista em seus territórios, mulheres negras que enfrentam a violência racista, algumas falando da violência entre mulheres que são parejas, e também das violências geradas nas divergências políticas.
Na grande roda foi feita uma reflexão sobre o fato do feminismo ter sido apropriado por grandes setores de mulheres fez com que ele se tornasse uma potência enorme para seu objetivo de transformar o mundo. Entretanto o desafio que chega com isso é de construção de diálogos entre nossas diversidades, desigualdades e divergências de concepções teóricas e políticas. As feministas são, assim, desafiadas a encher de conteúdo e de práticas este momento político de crescimento do feminismo. Como afirmou uma companheira: não nos amamos, necessariamente, mas nós necessitamos.
Texto produzido por la AFM e la Coletiva de Comunicação da Articulação de Mulheres Brasileiras