O debate se deu em torno da pergunta proposta “Como construímos Estados não patriarcais e fortalecemos a democracia paritária na América Latina e Caribe? No atual contexto em que vivemos, a proposta do estado laico está em disputa, os golpes começados em Honduras, seguidos por Paraguai e Brasil, e os seguintes retrocessos na Colômbia, Equador, Argentina e outros provocam revisões de estratégias antigas, elaboração e pactuação de novas estratégias para resistir.
É preciso construir novas relações sociais e políticas a partir do feminismo, fortalecer o movimento feminista na América Latina e Caribe com uma plataforma unificada. Sabemos que o fundamentalismo em voga é uma reação mundial às nossas conquistas (movimento feminista e LGBTI), e por isso temos que nos comunicar e trocar para construir estratégias criativas, compartilhar mais entre nós as estratégias de resistência de cada região/organização. A nossa linguagem precisa ser mais acessível para possibilitar o debate amplo com a sociedade na disputa não só política, mas no campo simbólico. Precisamos ganhar o debate de gênero na América Latina.
Democratizar o poder não é suficiente se não houver garantia de direitos e debate com a sociedade. É necessário diversificar as estratégias, precisamos prestar atenção no que as jovens feministas estão propondo. Nossa relação com o Estado patriarcal formado por fundamentalistas precisa ser da disputa política feminista – criar estratégias para mudar/transformar o pensamento patriarcal dos partidos. Essa forma de democracia dos nossos estados não suporta a fúria capitalista fundamentalista – é preciso ter consciência crítica sobre os limites desses Estados. A tática de resistência tem que ser por dentro e para fora dos aparatos do Estado.
Texto produzido por la AFM e la Coletiva de Comunicação da Articulação de Mulheres Brasileiras